28 julho 2009

Enc: 5º Encontro Estadual de Clubes Sociais Negros

 

Prezados(as) Representantes de Clubes Sociais Negros do RS e Comissão Nacional,

Temos a honra de convidá-los (as) para o “5º Encontro Estadual de Clubes Sociais Negros do RS” e preparação para o 2º Encontro Nacional de Clubes Sociais Negros, que se realizará no dia 1ºde Agosto de 2009, na sede da Sociedade Beneficente Cultural Floresta Aurora, em Porto Alegre.

Contamos com a presença de todos!

Luís Alberto da Silva

Presidente da Sociedade Beneficente Cultural Floresta Aurora

Representante da Comissão Nacional de Clubes Sociais Negros/RS junto à SEPPIR

(51) 84376065

Leiriane Teresinha Barbosa Maria

Diretora Cultural da Soc. Beneficente Cultural Floresta Aurora

Representante Regional de Clubes Sociais Negros/RS

(51) 92024033


CONCURSO PUBLICO ESTADUAL E FEDERAL

 

A dois meses do concurso, candidatos à PF não devem esquecer preparação física

PF lançou edital de concurso para 600 vagas de agente e escrivão
Agentes da PF durante operação contra crimes financeiros em julho do ano passado

A pouco menos de dois meses para a prova da Polícia Federal para 600 vagas de agente e escrivão, aprovados em concursos anteriores e professores afirmam: é hora de revisar todas as matérias, mas sem esquecer da preparação para o teste físico.

A Polícia Federal lançou edital na segunda-feira (27) para 400 vagas de escrivão e 200 de agente nos estados do Amazonas, Acre, Amapá, Roraima, Rondônia, Maranhão, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins, além de unidades de fronteira. As inscrições vão de 3 a 18 de agosto e a prova é em 13 de setembro.

Estado publica editais de concurso para 10.086 vagas

Serão abertas vagas em 19 órgãos do Governo.

Inscrições serão no dia 3 e vão até o dia 9

Os seis editais referentes ao maior concurso público já realizado em Mato Grosso foram publicados no Diário Oficial Eletrônico (www.iomat.mt.gov.br) do dia 27 de julho, que circula nesta terça-feira (28).
São 10.086 vagas oferecidas para suprir a necessidade de 19 órgãos, sendo a maioria para a área de Educação (5.500) e para a de Segurança Pública (2.944).
Aproximadamente 9,2 mil vagas serão destinadas para as áreas fins do Governo, com o Segurança e Educação. Os outros 8% são para a área meio. São 10.086 vagas que correspondem aos perfis e as reais necessidades do Estado hoje.

16 julho 2009

Jornal de Poesia - Thiago de Mello

Jornal de Poesia - Thiago de Mello

Os Estatutos do Homem (Ato Institucional Permanente)
A Carlos Heitor Cony



Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.

Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.

Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.

Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.

08 julho 2009

Brasília - Clubes sociais negros aprovam demandas Históricas na II Conapir

 

Clubes sociais negros aprovam demandas históricas na II Conapir, em Brasília/DF

Mobilização das entidades possibilitou agenda com ministro da Seppir

A II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Conapir), realizada de 25 a 28/06/2009, em Brasília/ DF, foi um marco histórico para os clubes sociais negros do Brasil. A organização e mobilização do movimento clubista garantiu a aprovação e a visibilidade de demandas apresentadas pelas entidades durante os debates estaduais, além de possibilitar uma série de encontros com representantes dos governos estadual e federal durante a conferência.

O movimento Clubista envolve um número aproximado de mais de 100 clubes sociais negros, distribuídos em diversas cidades do Brasil, tendo no Rio Grande do Sul sua maior expressão com mais de 50% dos clubes da federação. Entre estes clubes, muitos já completaram mais de um século de história como reduto permanente da cultura e hábitos dos negros de nosso país.

Encontro histórico com ministro

Durante a II Conapir, a delegação gaúcha - com representantes de quilombos, clubes sociais negros, comunidades de terreiro e lideranças do movimento negro -, juntamente com a coordenadora da Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Governo do RS, Sátira Machado, reuniram-se com o ministro de Estado da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos, na tarde do dia 26/06.

Na reunião, a coordenadora Sátira Machado entregou uma carta de apoio ao trabalho desempenhado pela SEPPIR, na qual o grupo se colocou a disposição para auxiliar na formulação e desenvolvimento de projetos. O Ministro Edson Santos agendou, para o segundo semestre do corrente ano, uma visita às entidades negras do Rio Grande do Sul, em suas respectivas cidades, com o objetivo de conhecer a história, a realidade e suas necessidades.

Participaram do encontro com o ministro:

Giane Vargas Escobar - diretora do Museu Treze de Maio (Santa Maria) e representante da Comissão Nacional de Clubes Sociais Negros/RS; Luis Alberto da Silva - presidente da Sociedade Cultural Beneficente Floresta Aurora (Porto Alegre) e representante da  Comissão Nacional de Clubes Sociais Negros/RS; Sátira Machado – coordenadora da Coppir/RS; Elisiane Ferreira - vice- presidente do Codene pela Secretaria de Estado da Cultura; Simone Dias- conselheira do Codene pela Secretaria Justiça e Desenvolvimento Social/RS; Luis Carlos de Oliveira, vice-presidente da Associação Cultural e Beneficente Floresta Montenegrina (Montenegro) e vice-presidente do Coletivo de Sociedades Negras do RS; Isabel Landim - presidente da Sociedade Négo (Venâncio Aires); Lisandro Laércio Rangel Paim – presidente da Associação Cultural e Beneficente Seis de Maio (Gravataí); Francisca Dias - delegada de Osório; Francisca Bueno - ACMUN Passo Fundo; Isabel - Clube José do Patrocínio (Júlio de Castilhos); Claudia Celina  - secretária da Secretaria Especial de Pelotas; Clarice Thomaz - delegada de Santa Rosa; Renata Barbosa - assessora técnica da SEPPIR.

Os clubes sociais negros também realizaram reuniões com Ivonete Carvalho – gerente de projetos para Comunidades Tradicionais/Seppir, Victor Hugo Amaro- presidente do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra no RS (CODENE); Elisiane Ferreira – assessora da Secretaria de Cultura do Rio Grande do Sul e vice-presidente do Codene, e com a coordenadora da Coppir/RS, Sátira Machado, as quais conquistaram apoio para o desenvolvimento de projetos. O senador Paulo Paim também conversou com presidentes de clubes sociais e agendou um encontro com os dirigentes para o mês de agosto.

Aprovação de propostas

A articulação do movimento clubista junto à lideranças e grupos do movimento negro nacional garantiu a aprovação e visibilidade nacional de todas as demandas históricas que foram apresentadas na II Conapir/2009. Dentre as propostas (algumas com pequenas alterações) que agora integram o relatório final da conferência, estão:

· Garantir o reconhecimento aos Clubes Sociais Negros, como Patrimônio Histórico e Cultural Afro-Brasileiro, com encaminhamento para o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/IPHAN e Fundação Cultural Palmares, conforme os Artigos 215 e 216 da Constituição Federal de 1988;

· Garantir aos Clubes Sociais Negros a implementação de ações afirmativas a serem desenvolvidas nos clubes e sociedades negras, como: inclusão digital, geração de trabalho e renda, esporte, reforço escolar, curso preparatório para concursos e pré-universitário, contemplando a comunidade negra, em todos os níveis de ensino – alfabetização, fundamental, médio e superior;

· Garantir ao movimento Negro e aos Clubes Sociais Negros capacitação de gestores nas áreas de administração, planejamento estratégico,de museologia comunitária e elaboração de projetos, através de cursos específicos para captação de recursos e o cumprimento da legislação fiscal vigente;

· Criar Edital específico para mapeamento do patrimônio material e imaterial dos Clubes Sociais Negros dentro do Programa Nacional do Mapeamento do Patrimônio Imaterial/IPHAN, Cultura Viva - Pontos de Cultura/Ministério da Cultura/MinC;

· Criar, no Ministério da Ciência e Tecnologia, políticas de ações afirmativas nas instituições de ensino para o Movimento Negro, Clubes Sociais Negros e que contemple os pesquisadores negros com: inclusão digital, geração de trabalho e renda, esporte, reforço escolar, curso preparatório para concursos e pré-universitário, em todos os níveis de ensino alfabetização, fundamental, médio e superior.

Movimento Clubista prepara encontros, capacitação e eventos

Uma reunião organizada no saguão do Hotel Brasília Imperial, em Brasília, com representantes de clubes sociais negros iniciou a preparação de uma série de encontros estaduais e nacionais. Está marcado para o dia 01/08, na sede social da Sociedade Floresta Aurora, em Porto Alegre, o Encontro Estadual de Clubes Sociais Negros, preparatório para o 2° Encontro Nacional, que está agendado para o mês de outubro, no estado de Minas Gerais.

Também está previsto um curso de capacitação em gestão, organizado pelo Clube Mundo Velho de Minas Gerais, para a diretoria de clubes sociais que participaram do primeiro encontro nacional, realizado na cidade de Santa Maria, em 2006.

A segunda edição do Concurso Negra Mais Brasil promete movimentar os clubes sociais negros para a escolha das representantes que irão disputar o concurso, no próximo ano, na cidade de Canoas - RS. Em 2008, a vencedora do Negra Mais Brasil foi a representante da Associação Cultural e Beneficente Rui Barbosa, da cidade que receberá o evento no próximo ano.

E além destes eventos, o Coletivo de Sociedades Negras do RS continua a organização do calendário de festividades, que reúne diversos clubes sociais em grandes atividades de integração entre as diretorias e associados. O almoço-baile promovido pela Sociedade Négo, de Venâncio Aires, contou com um delicioso churrasco, galeto e saladas. Os shows do artista Darci Maravilha e da banda de samba e pagode Swing Brasileiro agitaram os convidados no salão do clube. A próxima festa será realizada pela Sociedade Quilombo, em agosto, na cidade de Bento Gonçalves/RS – na serra gaúcha.

Por Lisandro Paim – jornalista/RSPlenária II Conapir

Grupo de Trabalho aprova demandas históricas

02 julho 2009

Informe Palmares

 

Número 46 - Ano 3 - 1 a 30 de Junho de 2009
Por uma agenda estratégica na luta por igualdade racial
Colocar em debate os avanços e possíveis ajustes nas políticas de igualdade racial ora em curso no Brasil. Foi neste clima que se deu a abertura da segunda Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (II Conapir), no Centro de Convenções, em Brasília
Por Inês Ulhôa - Ascom/FCP

FCP Do dia 25 a 28 de junho, cerca de 1,3 mil delegados eleitos em todo o país discutiram temas como Sistema Único de Saúde e o Plano Nacional de Saúde Integral da População Negra; políticas educacionais, de emprego e renda; titulação de terras quilombolas; justiça e segurança, cotas no ensino superior, religiões de matrizes africanas, políticas para as populações indígenas e ciganas e o combate ao racismo institucional, entre outros.
Delegados chegaram de todo o Brasil para acompanhar e colocar em discussão avaliações e propostas para o diálogo entre sociedade civil e o Governo Federal na expectativa de ampliar e consolidar as políticas públicas dedicadas à promoção da igualdade racial.
O ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, ressaltou que este é o momento para que a sociedade civil e o governo avaliem o desempenho das políticas públicas em suas várias ações, como saúde, educação, mercado de trabalho. Segundo ele, é o momento propício para colocar em pauta os desdobramentos dessas políticas e novas ações.
O ministro lembrou ainda a necessidade de cobrar do legislativo a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial e o projeto de cotas nas universidades. "A consolidação disso vai inserir a questão da igualdade racial na agenda do país", reforçou ele.
Edson Santos disse ainda que com a edição do decreto 6.872/2009, que aprovou o Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial, será possível elaborar planos orçamentários plurianuais com recorte de prioridade à população negra e indígena. "Este plano é um compromisso do governo Lula", esclareceu Santos, complementando que "as políticas implementadas por Lula no Brasil são referência para o mundo".
FCP A representante da sociedade civil no Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, Doné Kika de Bessen, em um discurso contundente, que agradou a plateia, disse que espera que os resultados dessa Conferência encontrem eco na sociedade brasileira como um todo. Ela lembrou os momentos históricos de luta do movimento negro, que resultou na criação da Seppir. "A Seppir é a materialização e fruto dessa luta contra o racismo que levou, pela via da institucionalização, o debate para o Estado", disse.
Doné Kika de Bessen defendeu ainda as ações afirmativas do governo Lula, mas cobrou mais empenho para combater de vez a discriminação e o racismo no Brasil. "Os dados mostram que houve melhorias, hoje há menos pobres, houve redução da desigualdade, as cotas levaram jovens negros para a universidade", enumerou ela.
Em nome da sociedade civil, ela listou algumas reivindicações, entre elas a aprovação, pelo Legislativo, do Estatuto da Igualdade Racial e do projeto que institui as cotas nas universidades, a implementação da Lei 10.639/2003, que prevê o ensino de história da África e da cultura afro-brasileira nos ensinos médio e fundamental, a redução dos índices de violência contra a juventude negra, mais respeito às religiões de matriz africana e a regularização fundiária de áreas remanescentes de quilombos.
Democracia e superação do racismo no século 21
Um dos painéis realizado pela 2ª. Conferência pela Promoção da Igualdade Racial foi dedicado ao tema democracia e racismo, no qual o presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, foi um dos debatedores
Por Inês Ulhôa - Ascom/FCP
Entre os debatedores do painel 6 - Democracia e superação do racismo no século 21, o presidente Luis Inácio Lula da Silva foi o destaque. Nenhuma ação foi mais debatida do que as intervenções do presidente brasileiro para a superação do racismo neste século.

FCP

O embaixador Martin I. Uhomoibai, presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU, fez questão de homenagear o presidente Lula pela sua busca incansável por direitos humanos. "Alguma coisa está acontecendo neste país. Houve apenas um Lula; nunca vi nada parecido com isso, ele é um presidente não só do Brasil, mas de toda a humanidade, pela sua luta", declarou ele, além de pedir aos participantes: "Vocês têm que tirar vantagem do presidente Lula". E citou as viagens do presidente ao continente africano em busca de parcerias: "Suas visitas mostram seu compromisso. O mundo não vai esquecer o que o Brasil fez sob o governo Lula na questão da superação do racismo e dos direitos humanos".
FCP Para ele, o envolvimento do Brasil em fóruns internacionais tem sido de extrema importância para a superação do racismo e citou a reunião de Durban. "O apoio do Brasil fez Durban ser um sucesso", disse. Sobre a 2ª. Conferência, ele se mostrou gratamente surpreso: "Isso aqui parece prosseguimento de Durban, é a primeira vez que vejo isso. Não tenho dúvida de que o Brasil está no rumo certo, essa conferência não veio do nada". Uhomoibai divulgou ainda o papel de liderança que o Brasil vem tendo para a realização de censos na América Latina e Caribe que abordem a visibilidade dos negros.
Na mesma linha, o secretário executivo da Comissão da União Africana e presidente da Academia de Letras Africana, Adama Samassesou, disse ter ficado fascinado com o que estava vendo. "Estou muito feliz de ver os atores que vocês são, mais feliz ainda pelo governo Lula, de um governo corajoso para fazer uma coisa que ninguém fez no mundo inteiro sobre a questão racial". Na direção contrária, disse ainda ficar triste de que em pleno século 21 ainda é preciso debater o racismo, de ver que pessoas ainda neguem a existência do outro, que ainda haja a dominação de um país por outro.
FCP Samassesou comentou sobre a tentativa da União Africana fazer com que paises do continente africano saiam do jugo do colonialismo, "onde a maioria dos Estados ainda tem que fazer justiça na língua da colonização", declarou. Ele explicou sobre o Renascimento Africano e a necessidade de se romper com divisões causadas também pelo colonialismo. "O projeto colonialista foi de negar a nossa história".
Ele ressaltou também a liderança do Brasil em dar visibilidade à população negra por meio dos censos geográficos. "O Brasil não esconde os negros nem os índios; na América Latina essa questão vem se desenvolvendo", ressaltou Samassesou. Para ele, a questão fundamental e primeira para a superação do racismo é a educação e a promoção da cultura. "O Brasil, país da diversidade, está conseguindo, com o governo Lula, fazer esse processo".
Direitos fundamentais - O presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, também precisou as políticas de ação afirmativa no Brasil como essenciais para a democracia e para a superação do racismo. Segundo ele, "a democracia é um processo claro para a geração de hoje, Em outros momentos, a ausência de democracia impediu que houvesse acesso de muitos segmentos a direitos fundamentais". Ele esclareceu que nesse processo o Movimento Negro foi duramente atingido, pois "a questão racial era subversiva e era tratada pela Lei de Segurança Nacional".
Ainda segundo Zulu Araújo, a base democrática é importante para defender direitos e para lutar pelas conquistas. "A existência do governo Lula tem sido exemplar nesse sentido e a realização da 2ª. Conapir é um exemplo disso."
FCP O presidente da Fundação Cultural Palmares ressaltou ainda o trabalho da instituição na luta pela superação do racismo para a qual se aprimorou e se transformou ao longo dos anos "para atender as demandas". Zulu Araújo explicou que num primeiro momento, a Fundação voltou-se para o conjunto de demandas reprimidas. Num outro momento, devido à singularidade do governo Lula, que procurou atender questões demandadas pela sociedade e pelo movimento negro, desenhou-se um novo modelo com a criação da Secretaria Especial de Políticas para a Promoção da Igualdade Racial (Seppir), "então, a cultura passa a ser o foco central". Segundo Zulu, a cultura vista como um direito de cidadania, um gênero de primeira necessidade. "Sem cultura, não poderemos afirmar a nossa identidade, nossa singularidade, por isso a adoção da economia da cultura é elemento fundamental para a ação da Fundação Palmares", disse ele.
O olhar do governo Lula sobre o continente africano também foi ressaltado por Zulu Araújo, considerando também as ações da Fundação na valorização das manifestações de raízes africanas. A consolidação de parcerias com países daquele continente, além de consolidar um portfólio de projetos para os países de língua portuguesa, são ações exemplares nas atividades da Fundação na área internacional com a missão de promover programas que capacitem jovens e gestores públicos na área de cultura sempre com o objetivo de conferir cidadania para a superação do racismo.
Para que a luta para a superação do racismo seja plena, segundo o presidente da Palmares, é preciso ainda fortalecer ações no campo internacional, com políticas públicas articuladas também na América Latina. Ele citou a criação do Observatório Afro-Latino, "um instrumento para se conhecer e se reconhecer". Mas para superar o racismo no plano global, Zulu Araújo credita mecanismos também no plano internacional "que articule também povos, não apenas governos para fazer do século 21, um século exemplar na luta pela superação do racismo".


Intolerância religiosa
O moderador do painel Democracia e superação do racismo no século 21, Ivanir dos Santos, secretário executivo do Centro de Articulação das Populações Marginalizadas (CEAP) entregou ao embaixador Martin I. Uhomoibai, presidente do Conselho de Direitos Humanos da ONU, um relatório que denuncia o estado de "ditadura" religiosa promovida pelos neopentecostais no Brasil. O objetivo do relatório é denunciar o caso no exterior e pressionar o Estado