27 novembro 2009

SEMANA DA CONSCIÊNCIA NEGRA NA NOVELA VIVER A VIDA - FOTOS DA CENA e CARTA AO MANOEL CARLOS

 

Por Terezinha Juraci

IRMANDADE!!

Muitas manifestações de repudio em todo lugar - ja enviaram carta ao Manoel Carlos-vejam abaixo... o bicho tá pegando... VIVA.. TEMOS QUE REPASSAR PARA NOSSAS LISTAS.. E TOMARMOS UMA ATITUDE COLETIVA... VAMOS ADIANTE...

TEREZINHA JURACI


---------- Forwarded message ----------

Olá, pessoal!

Esta semana não assiste à novela Viver a vida. Contudo, minha mãe comentou (indignada) sobre a cena do tapa dado pela personagem Tereza à Helena.

Conversando com amigas sobre a referida cena, uma delas encaminhou esta reportagem e comentário a respeito, os quais compartilho com vocês.

Precisamos nos unir, divulgando e também nos posicionando sobre tal ato, pois a mídia, principalmente as novelas globais, tem difundido , há muito, percepções negativas a respeito do povo negro.

Axé!

Eliana

a cena do tapa neste site:

http://cafecomnotic ias.blogspot. com/2009/ 11/helena- personagem- da-novela- viver-vida. html

GELEDÉS - Instituto da Mulher Negra

http://www.geledes. org.br/em- debate/a- consciencia- branca-da- globo.html

Nov

20

2009

A consciência Branca da Globo
Imprimir
E-mail

Em Debate

por: Rebeca Oliveira Duarte

Não havia data melhor. Em plena semana da Consciência Negra, a teledramaturgia global reafirma, mais uma vez, a pura reprodução de imagens, palavras e ideais racistas em horário nobre.
Ao elencar a atriz negra Thaís Araújo para protagonista de sua novela das nove, a TV Globo, através de seu funcionário Manoel Carlos, parecia querer responder ao Estatuto da Igualdade Racial idealizado pelo movimento negro que não seria necessário estabelecer cotas para atrizes e atores negros; bem, parece não ter sido à toa que justamente no momento de uma decisão histórica quanto ao conteúdo do referido Estatuto, a Globo tenha lançado ao ar duas novelas com protagonistas negras, atrizes que inclusive têm uma postura racial condizente às suas trajetórias, como são Thaís Araújo e Camila Pitanga. Nas entrelinhas, previa-se uma forjada justificativa à sociedade das "desnecessárias" cotas raciais para os meios de comunicação, já que este espaço vem sendo ocupado pelo núcleo negro da Globo. Convenhamos, uma jogada de mestre; assim, evita-se o "mal maior" para a Consciência Branca do comando global, que é obedecer a lei e fazer cumprir os direitos da pessoa, da população e dos povos negros.
Pois então que nesta semana, no capítulo que foi ao ar na noite do 17 de novembro, com precisão cirúrgica o autor desenhou a cena mais representativa possível da ópera racista contra o verdadeiro protagonismo negro. A suposta protagonista da novela, a personagem de Helena, após ser retirada de seu núcleo familiar negro para transitar exclusivamente num núcleo branco e assim ser sujeita a traições e humilhações, é posta de joelhos diante de uma de suas antagonistas brancas - já que, para uma negra, não basta uma só antagonista, devendo vir elas em número de três: a amante do marido, a filha mimada e infantilizada do marido e a ex-mulher do marido. Não apenas de joelhos, deve pedir perdão de cabeça baixa; não apenas de cabeça baixa, sob o olhar duro e inflexível de sua então dominadora; não apenas isso, como se já não fosse o bastante, deve pedir perdão e ter por resposta uma bofetada no rosto. Para finalizar a cena, a personagem desabafa com uma das melhores amigas que "devia ser assim".
A idéia de protagonista negra, na Globo, enfim foi definida claramente. Uma heroína que, se inicialmente surgia diante de um drama familiar, afirmando um núcleo negro protagonista, como âncora, marco e raiz, veio sendo reduzida dramaturgicamente a pobre vítima de suas três antagonistas brancas, tendo estas enfim recebido mais espaço de visibilidade que a suposta protagonista. O papel, de central, tornou-se periférico, apoio para a virada de jogo das outras atrizes, que passam a receber os aplausos da população e das "críticas" noveleiras de plantão, prontas para limar a atriz negra por seu papel "sem graça".
Ou talvez, pensa o autor que pode salvar o papel de Helena pondo-a no lugar em que acha pertencer à mulher negra. Agora sim, a Globo assinou embaixo de suas verdadeiras posturas ideológicas - mais diretamente, de racismo 
Rebeca Oliveira Duarte Advogada e Cientista Política do Observatório Negro

rebeca-oliveira_copy

GELEDÉS - Instituto da Mulher Negra

http://www.geledes. org.br/noticias/ polemica- cenas-de- viver-a-vida- criam-indignacao -em-mulheres- negras.html

17

2009

POLÊMICA: Cenas de Viver a Vida criam indignação em mulheres negras
Imprimir
E-mail

Fonte: Lista de Discriminação Racial -

Prezado Manoel Carlos. Como jornalista e escritora entendo os desafios p/ a construção de um personagem. Sobretudo, de uma protagonista que se pretende conquistar o público a partir das suas atitudes e posicionamentos diante da vida. Mas construir a primeira protagonista negra de uma novela das oito na TV Globo banhada pela culpa (qual culpa?), que se queda de joelhos diante de uma mulher branca, humilhada e criminalizada por tomar posse do seu corpo, culpada por não suportar uma menina mimada infernizando a vida, pedir perdão de joelhos e ser esbofeteada s/ nenhuma reação é realmente brincar c/ a sensibilidade do público e, em especial, das mulheres negras brasileiras. Quantas Helenas se ajoelhariam e pediriam perdão e apanhariam s/ reação em pleno século XXI? O diálogo foi empobrecido, apenas a Tereza teve argumentos "fortes" p/ se justificar diante do público. O personagem do José Mayer desapareceu do contexto e se recusou a conversar c/ a Helena no dia do retorno do hospital. E Helena, q no início da novela aparecia apoiada pela família, estava só, desamparada, frágil e outra vez aos prantos. Além de não corresponder à realidade das mulheres negras bem sucedidas, pois estas chegam ao topo da carreira por serem guerreiras, sábias e apoiadas por suas famílias, a cena de ontem simboliza a suposta aceitação da submissão da mulher negra. Hoje c/ os recursos q temos disponíveis não é mais tolerável uma representação tão aquém da nossa realidade. Sugiro que o senhor e suas colaboradoras saiam do universo do Leblon e venham conhecer um pouco mais o outro lado da história. Aprendam sobre a luta e sobre o protagonismo das mulheres negras, como valorizam suas famílias, como encaram relacionamentos como homens brancos ou negros e, como enfrentam os desafios do dia a dia sejam os de racismo, sejam os de garotinhas mimadas ou de megeras. O primeiro passo é uma boa pesquisa de campo. Axé.

http://www.geledes. org.br/em- debate/aguinaldo -silva-critica- helena-negra- de-manoel- carlos-qfalta- a-ela-o-componen te-racialq. html