Nelson Mandela
APARTHEID
A partir de 1911, a minoria branca, composta de africânderes e descendentes de britânicos, promulga uma série de leis que consolidam seu poder sobre a população majoritariamente negra.
A política de segregação racial do apartheid (separação, em africâner) é oficializada em 1948, com a chegada ao poder do Partido Nacional (NP), que domina a política por mais de 40 anos.
O apartheid impede o acesso dos negros à propriedade da terra e à participação política e os obriga a viver em zonas residenciais separadas dos brancos. Casamentos e relações sexuais entre pessoas de raças diferentes tornam-se ilegais...
A oposição ao apartheid toma forma na década de 50, quando o Congresso Nacional Africano (CNA), organização negra criada em 1912, lança campanha de desobediência civil.
Em 1960, a polícia mata 67 negros que participavam de uma manifestação em Sharpeville, favela situada a 80 quilômetros de Johanesburgo.
O Massacre de Sharpeville – como se torna conhecido – provoca protestos no país e no exterior. Como conseqüência, o CNA é declarado ilegal. Seu líder, Nelson Mandela, é preso em 1962 e condenado à prisão perpétua...
Como veremos na breve história de Nelson Mandela, abaixo...
Nelson Mandela : Ativista e político sul-africano, nome de maior projeção da luta contra o apartheid. É um dos líderes do processo de negociação que conduz a maioria negra ao poder e se torna o primeiro presidente negro eleito no país, em 1994.
Nascido em Umtata, Transkei, filho de uma família real do Tembu, tribo da etnia xhosa. Mandela foi educado em uma escola missionária britânica e na Fort Hare University, da qual foi expulso, junto com Oliver Tambo, por liderar uma greve, em 1940.
Conseguiu se formar advogado pela Universidade da África do Sul.
Funda em 1944, com ajuda de Walter Sisulu e Tambo, a Liga da Juventude do Congresso Nacional Africano (CNA), grupo de direitos civis que luta contra o regime autoritário branco.
Esses 3 homens alcançaram a cúpula do CNA em 1948, com Mandela na presidência em 1950. Mandela casou-se com Evelyn Ntoko, com quem teve 3 filhos. Divorciaram-se anos mais tarde.
Em 1952, lidera a campanha de desobediência civil às leis racistas, percorrendo todo o país, na luta contra o apartheid e pela conquista dos direitos democráticos de seu povo. Preso por traição, em 1955/1956, é absolvido cinco anos depois.
Em seguida ao Massacre de Shaperville (1960), realizado pela polícia sul-africana contra manifestantes, o CNA é declarado ilegal. Mandela ajuda a fundar seu braço armado, o Lança da Nação. É preso em 1962 e condenado a cinco anos de cadeia. Sua pena é ampliada para prisão perpétua em 1964.
Em 5 de julho de 1989, o presidente sul-africano Pieter Botha entrevista-se com Nelson Mandela para preparar sua libertação.
Mas, foi o seu sucessor na liderança do Partido Nacional, Frederick de Klerk, que no dia 2 de fevereiro de 1990 anuncia no Parlamento as primeiras medidas para pôr fim ao sistema de apartheid.
Libertado em 11/02/1990, assume a liderança do CNA e negocia a nova Constituição com o governo de Frederik de Klerk. O presidente De Klerk pede perdão pelo apartheid, em outubro de 1992. Um ano depois, em outubro de 1993, De Klerk e Mandela recebem o Prêmio Nobel da Paz.
É posta em vigor a nova Constituição provisória não-racial, que outorga direito de voto à maioria negra e, em 27 de abril de 1994, as primeiras eleições multirraciais na África do Sul são realizadas. Nelson Mandela sai candidato pelo Congresso Nacional Africano e se torna presidente!
Hoje, ele é tido como um dos mais famosos personagens do século XX, como mostra o selo abaixo, emitido pela República da Irlanda no ano de 1999, em Comemoração ao Milênio.
* Bantustões
Nos governos dos primeiros-ministros Hendrik Verwoerd, de 1958 a 1966, e B.J. Voster, de 1966 a 1978, a política do apartheid agrava-se.
Uma série de leis classifica e separa os negros em diversos grupos étnicos e lingüísticos, gerando um processo que cria, em 1971, os bantustões – nações tribais independentes onde os negros são confinados.
Com o fim do império colonial português na África (1975) e a queda do governo de minoria branca (1980) na Rodésia, atual Zimbábue, o domínio branco na África do Sul entra em crise. Em 1984, uma revolta popular contra o apartheid leva o governo a decretar Lei Marcial.
A comunidade internacional reage e a ONU decreta sanções à África do Sul como forma de pressão pelo fim do apartheid. Acuado, o presidente Pieter Botha promove reformas, mas mantém os aspectos essenciais do regime. No mundo todo ganha corpo um movimento pela libertação de Mandela...
* FIM DO APARTHEID :
Ocorrem várias mudanças no país com a posse de Frederik de Klerk na Presidência, em 1989, em substituição a Botha. Em fevereiro de 1990, Mandela é libertado e o CNA recupera a legalidade.
De Klerk revoga leis raciais e inicia o diálogo com o CNA. Sua política, criticada pela direita, é legitimada por um plebiscito só para brancos, realizado em 1992, em que 69% dos votantes se pronunciam pelo fim do apartheid.
Mas entre os negros também há resistências... O Partido da Liberdade Inkhata, organização zulu (etnia Zulu), disputa com o CNA a representação política dos negros. Seu líder, Mangosuthu Buthelezi, acusa Mandela de traição. A disputa degenera em sangrentos conflitos.
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