Para lembrar : AOS FLORESTINOS DE PLANTÃO : No próximo sábado (12/11) , é a nossa excursão p/ o Jantar Baile, em Canoas na Soc.Rui Barbosa, Jantar este em homenagem à semana da CONSCIÊNCIA NEGRA. Saída prevista para às 19:30hs , em frente a Sociedade Floresta Montenegrina. Não percam, até lá.
Aí vai, mais um pouquinho de nossa história : ( QUILOMBO DOS PALMARES)
*** PALMARES ***
Este quilombo era uma mistura : viviam ali negros nascidos de diversas tribos africanas, com costumes e dialetos diferentes, ao lado de outros, que - chegados crianças ou tendo nascido no Brasil - traziam já a marca da cultura dos brancos. Em Palmares também haviam índios, muitos deles ex - escravos, mulatos e até brancos fugitivos da justiça. Palmares era constituído por dezenas de aldeias denominadas mocambos, cada qual com seu chefe (aqueles que na África haviam pertencido à nobreza). Em 1644, os holandeses já dominavam Pernambuco inteiro e queriam conhecer o quilombo, que a esta altura já tinha grandes plantações e famílias inteiras estabelecidas. Palmares cobre quase todo o atual estado de Alagoas, além de parte de Pernambuco e Sergipe. Algumas expedições holandesas tentaram extinguir os quilombos, mas subestimaram seu tamanho e força, não obtendo nenhuma vitória. Em 1654, os holandeses são expulsos do nordeste pelos portugueses. Ao mesmo tempo, a concorrência da Jamaica, fazendo com que o Brasil perdesse os seus mercados tradicionais de açúcar, lançou o nordeste num período de decadência econômica. Estes fatores culminaram em uma "trégua" entre Palmares e as vilas próximas: o quilombo fornecia produtos agrícolas - além de caça, peixe e objetos de cerâmica - em troca de ferramentas agrícolas, armas de fogo e pólvora. Palmares era então uma longa faixa de terra de 200 quilômetros de largura, paralela à costa, situada entre o cabo de Santo Agostinho, Pernambuco e a parte norte do curso inferior do rio São Francisco, hoje no estado de Alagoas. Nove rios banhavam o lugar, proporcionando mata exuberante e terras muito férteis. O terreno era montanhoso, tornando o lugar de difícil acesso, protegendo o quilombo. Além das frutas, a floresta fornecia quanto vegetal fosse preciso: as palmeiras ofereciam coberturas para as choupanas e material para a confecção de chapéus, esteiras, cestos, leques e vassouras. Com o miolo de uma árvore chamada pininga erguiam-se as estruturas das habitações. Da casca das árvores faziam-se as vestimentas. Da polpa e da amêndoa da palmeira pindoba extraía-se azeite, do côco se obtinha manteiga. E de muitas outras árvores, muitas outras coisas. Até vinho de algumas frutas se fazia em Palmares. Apesar do florescente comércio entre o quilombo e os colonos da região, a paz era temporária. Palmares estava fortalecido e enviava emissários aos engenhos ou raptavam negros das senzalas. De simples refúgio de escravos fugidos, Palmares transformava-se em um centro de resistência contra todo o sistema escravocrata. Na década que se inicia em 1670, o quilombo viveu seu apogeu provavelmente com mais de 50 mil habitantes, distribuídos em vários mocambos, cada qual com seu chefe, que se reuniam constantemente para resolver assuntos importantes, especialmente a guerra, que não tardaria a vir. Em 1674, o governador de Pernambuco, Pedro de Almeida. organiza uma nova expedição As lutas são sangrentas. Os homens enviados a Palmares encontram uma grande cidade de mais de 2 mil casas, fortificada com estacadas de pau a pique. Nela, os negros resistiram por duas horas e meia, retirando-se quando se ateou fogo às casas. Manuel Lopes, o sargento-mor, instalou-se no mocambo, transformando-o em arraial. Entre os destroços, Manuel Lopes encontra os restos de uma capela com imagens. Os palmarinos (assim eram chamados os que viviam em Palmares) haviam adotado o cristianismo sem abandonar os velhos deuses africanos. É bom lembrar que o Quilombo dos Palmares representava uma autêntica república negra com sua organização militar, de trabalho e de produção; já trabalhavam o ferro e a agricultura que incluía o plantio de mandioca, cana-de-açúcar e a criação de gado supria as necessidades internas, sendo que o excedente era trocado com a vizinhança por sal, pólvora e armas de fogo. Todo este comércio era tratado de tal forma organizada que provavelmente incomodou a côrte e as autoridades locais. Neste momento, mais que a extinção do quilombo, ao governo interessava a submissão dos negros ao sistema. Para tal, à Pedro de Almeida, governador de Pernambuco na época, foi sugerida uma tentativa de "acordo": Este começou a tratar os palmarinos derrotados com certa benignidade. Integrados na colônia, poderiam constituir em Palmares um novo reduto português e seus mocambos se tornariam vilas. Ganga Zumba, tio de Zumbi, vendo as dificuldades para continuar o combate, e ao mesmo tempo podendo ver sua gente toda livre, aceita a proposta do governador. Chega ao Recife em um cavalo de raça, causando estranheza por onde passava. Seus ministros tinham as barbas trançadas. Olhavam os políticos brancos de cima para baixo.. Vinham bem trajados e bem alimentados. Os pobres do Recife, magros e mal - vestidos, amontoaram-se na porta do palácio para admirar. O tratado dizia: os negros e índios nascidos em Palmares se tornariam livres; os que fossem fugidos deveriam voltar a seus donos; todos deviam obedecer ao rei de Portugal; os que concordassem, receberiam terras para viver e trabalhar; ficava permitido o comércio entre Palmares e as cidades vizinhas.
Até Mais ...
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